O ACRE ESTÁ INDIGNADO
Moisés Diniz
Magaiver estuprou e matou uma criança de dois anos de idade, numa comunidade rural de Sena Madureira, no Acre, na noite do Natal de 2009. No dia 31 de dezembro foi encontrado morto na cela do presídio Amaro Alves. Grupos de Direitos Humanos e a OAB do Acre querem uma investigação para saber se Magaiver cometeu suicídio ou foi assassinado.
No sábado, 2 de janeiro, eu fui surpreendido pela notícia de que Magaiver havia sido velado numa escola pública de Sena Madureira. Fui checar com os dirigentes da Secretaria de Educação e descobri que foi uma iniciativa isolada da diretora da escola Raimundo Magalhães. Uma falha grave. Uma ofensa à memória da pequenina estuprada e assassinada e de sua família e uma indiscutível agressão ao bom senso.
Na manhã desta terça-feira, enquanto eu me reunia com um grupo de sem-terras do ramal da Castanheira, na sede da Assembléia Legislativa, um membro do Centro de Direitos Humanos me abordou e passou a me questionar sobre a morte de Magaiver. Eis o nosso diálogo:
- Deputado, o senhor não vai fazer nada contra a morte do Magaiver no presídio Amaro Alves?
- Não.
- Nós dos Direitos Humanos achamos que ele foi assassinado.
- A polícia técnica realizou perícia e diz que ele se suicidou. Mesmo assim, todos os procedimentos legais estão sendo realizados para averiguação do ocorrido, sob a fiscalização do MP, para uma resposta à sociedade.
- O senhor é a favor, então, da morte dele no presídio?
- Não. Eu acho que ele devia ter se enforcado fora do presídio, logo após o crime hediondo que ele cometeu. Podia, inclusive ter usado uma das árvores das margens do Iaco.
- O senhor é a favor da justiça com as próprias mãos?
- Não. Eu apenas acho que ele devia ter se arrependido do pavoroso crime que cometeu e fazer como Judas Iscariotes, se enforcar numa árvore qualquer daquele ramal.
E nada mais falou o combativo representante dos Direitos Humanos nessa terra de Galvez. Na volta pra casa eu fiquei me questionando até que ponto esse pavoroso crime de Sena Madureira golpeou o meu humanismo.
Que Deus me perdoe por esse sentimento de indignação contra esse monstro da condição humana e que cuide da pequenina lá nos seus domínios de paz e descanso eternos.
Que lá a pequenina sem nome cresça, atinja a idade da minha filha de 8 anos, brinque com as amiguinhas, torne-se adolescente e curse uma faculdade divina. Que Deus cuide dela com o amor de um pai e com o carinho e a ternura de uma mãe.
Fonte blog do Altino machado
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